EUA classificam grupo alemão Antifa e outros três movimentos europeus como organizações terroristas
Governo Trump classifica grupos europeus como terroristas
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (13) que classificou o movimento Antifa alemão e outros três grupos europeus como organizações terroristas globais. Membros dessas entidades passarão a sofrer uma série de restrições.
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🔎 O termo “Antifa” é uma abreviação de antifascismo. Os primeiros movimentos organizados do tipo surgiram na Itália e na Alemanha, entre as décadas de 1920 e 1930, em oposição a Benito Mussolini e Adolf Hitler.
Em 22 de setembro, o presidente Donald Trump já havia assinado uma ordem executiva para designar o movimento Antifa como uma “organização terrorista doméstica”. No entanto, essa medida se aplicava apenas ao grupo americano.
Agora, com a nova decisão, os Estados Unidos ampliam as restrições a movimentos que atuam fora do país. Foram incluídos na lista:
Antifa Ost, da Alemanha;
Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional, da Itália;
Justiça Proletária Armada, da Grécia;
Autodefesa de Classe Revolucionária, também da Grécia.
Segundo o Departamento de Estado, todos esses grupos têm orientação anticapitalista e foram responsáveis por ataques violentos no passado.
Com a designação, membros dessas organizações ficam impedidos de acessar o sistema financeiro dos EUA. Além disso, bens e propriedades dessas pessoas em território americano serão bloqueados.
O governo informou ainda que cidadãos e empresas norte-americanos estão proibidos de realizar negócios com os integrantes dos grupos classificados como terroristas. Quem descumprir a medida poderá ser punido criminalmente.
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O que são os Antifas
Manifestante com placa do movimento Antifa em protesto contra Donald Trump, em Nova York, em outubro de 2025
REUTERS/Shannon Stapleton
Historicamente, os grupos antifas se organizam contra o racismo e o sexismo, além de defenderem pautas anticapitalistas. Analistas costumam classificá-los como de esquerda ou extrema esquerda, embora seus integrantes se apresentem apenas como opositores da ideologia de extrema direita.
Os antifas não buscam representação eleitoral nem influência parlamentar. O movimento, porém, costuma adotar métodos inspirados no anarquismo, que podem incluir destruição de propriedades privadas e confrontos físicos com adversários políticos.
Especialistas afirmam que o Antifa é um movimento doméstico e, por isso, não poderia ser incluído na lista de organizações terroristas estrangeiras do Departamento de Estado — que reúne grupos como o Estado Islâmico e a al-Qaeda.
Em tese, o movimento estaria protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante a liberdade de expressão.
Nos Estados Unidos, o Antifa recebe críticas tanto de republicanos quanto de democratas, principalmente por causa da violência em protestos.
Durante o primeiro mandato de Trump, os antifas ganharam destaque após as manifestações de 2020, motivadas pela morte de George Floyd — homem negro que morreu asfixiado quando um policial se ajoelhou sobre o pescoço dele.
Na época, Trump já havia ameaçado classificar o grupo como terrorista, mas foi criticado por organizações de direitos civis. Especialistas também questionaram se o presidente teria autoridade legal para fazer essa designação.
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