Fed corta juros dos EUA pela 2ª reunião seguida, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano

  • 29/10/2025
(Foto: Reprodução)
Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017. REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano — menor nível desde novembro de 2022. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (29), veio em linha com as expectativas do mercado financeiro. Esse foi o segundo corte consecutivo nos juros do país — e o segundo em 2025. Na reunião anterior, realizada em 17 de setembro, o Fed encerrou um período de nove meses sem reduções, ao ajustar a taxa para a banda de 4% a 4,25% ao ano. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça A decisão desta quarta foi motivada pela preocupação do BC dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho, apesar da escassez de dados atualizados sobre a taxa de ocupação — consequência do shutdown, que já dura 29 dias. 🔎 O shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos. Veja os vídeos em alta no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que os ganhos de emprego desaceleraram neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou ligeiramente. "Indicadores mais recentes são compatíveis com esses movimentos", diz o texto. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que “as condições do mercado de trabalho parecem estar se desacelerando gradualmente”. Ele também disse que o corte de juros em dezembro está "longe" de ser uma certeza. (leia mais abaixo) Enquanto isso, a divulgação excepcional dos dados de inflação — realizada apesar do shutdown — mostrou números abaixo do esperado. Esse resultado levou o Fed a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços. Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação. 🤔 De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível. "O Comitê busca alcançar o máximo emprego e uma inflação de 2% no longo prazo. A incerteza em relação às perspectivas econômicas permanece elevada. O Comitê está atento aos riscos que afetam os dois lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos de enfraquecimento do emprego aumentaram nos últimos meses", declarou o Fomc. ➡️ A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) permaneça elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar. (leia mais abaixo) A decisão desta quarta-feira foi a sétima desde que Donald Trump assumiu como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro — e a segunda com redução dos juros. Desde a posse, o cenário econômico se tornou mais adverso diante da guerra tarifária promovida pelo republicano. Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros. Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo o corte pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta de 2% da instituição. "A inflação subiu em relação ao início do ano e continua um pouco elevada", declarou o Fomc em comunicado. O colegiado também afirmou que "continuará monitorando as implicações das novas informações para as perspectivas econômicas" e que está "preparado para ajustar a política monetária, se necessário, caso surjam riscos que possam comprometer o alcance de seus objetivos". Apenas dois integrantes do Fomc votaram contra a decisão desta quarta: Stephen Miran, indicado ao Fed pelo presidente Donald Trump, que defendeu reduzir os juros em 0,50 ponto, e Jeffrey Schmid, que preferia manter a taxa inalterada. O que disse Jerome Powell O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que “as condições do mercado de trabalho parecem estar se desacelerando gradualmente”. Em entrevista a jornalistas, ele também comentou as expectativas para a próxima decisão sobre os juros. “Nas discussões do comitê nesta reunião, houve opiniões fortemente divergentes sobre como proceder em dezembro”, afirmou. “Uma nova redução da taxa básica na reunião de dezembro não é uma conclusão inevitável. Longe disso: a política monetária não está em um curso pré-determinado", acrescentou. Os mercados acionários recuaram nos EUA após os comentários de Powell sobre as perspectivas para a política monetária, enquanto investidores diminuíram as apostas em novos cortes de juros. Em comunicado, o Fomc também anunciou que vai encerrar, em dezembro, o programa de aperto quantitativo (QT) — processo em que o banco central reduzia gradualmente o volume de títulos que possui, retirando dinheiro do sistema financeiro. 🔎 Com isso, o Fed passará a reinvestir os recursos de títulos que vencem, mantendo a liquidez no mercado. Isso significa que mais dinheiro ficará disponível para empréstimos, aliviando o custo do crédito e oferecendo apoio à economia e ao mercado de trabalho, que têm mostrado sinais de desaceleração. Sobre o assunto, Powell afirmou que houve “um aperto mais significativo” nas condições de crédito de curto prazo nas últimas semanas. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Reuters Ataques ao Fed Donald Trump intensificou sua ofensiva contra o Federal Reserve desde que assumiu a Presidência. Na terça-feira (28), ele voltou a criticar o presidente da instituição, Jerome Powell, ao chamá-lo de “incompetente” durante um jantar com empresários em Tóquio. "Temos um chefe incompetente do Fed. Temos um cara ruim, mas ele sairá de lá em alguns meses e teremos alguém novo", afirmou. Trump acrescentou que gostaria de ver Scott Bessent no comando do banco central dos EUA, mas disse que seu secretário do Tesouro recusou a ideia. “Estou pensando nele para o Fed, mas ele não aceitará o cargo. Ele gosta de ser secretário do Tesouro.” Após meses criticando Powell — a quem já chamou de "burro" e "teimoso" — o republicano também passou a mirar na indicação de nomes alinhados à sua agenda econômica. A Suprema Corte dos EUA vai analisar em janeiro a tentativa de Donald Trump de demitir Lisa Cook da diretoria do Fed. Enquanto isso, ela permanece no cargo. O republicano também já nomeou Stephen Miran para substituir Adriana Kugler, diretora que antecipou sua renúncia em agosto. Caso a Justiça confirme a demissão de Lisa Cook, Trump terá garantido ao menos duas indicações para a diretoria do Federal Reserve. Em meio às movimentações no Fed, caso Trump alcançasse a maioria de aliados no conselho da instituição — que tem sete membros —, ele teria maior influência sobre a aprovação das nomeações nos 12 bancos regionais. Assim, ampliaria sua interferência sobre a política monetária. Efeito dos juros no Brasil — e nos mercados Juros mais baixos nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos. Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar. Dessa forma, quando os juros caem por lá, investidores podem buscar oportunidades em outros países, como o Brasil, aumentando o fluxo de capital e valorizando o real em relação à moeda norte-americana. Além disso, um dólar mais fraco reduz a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil. Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020) Kevin Lamarque / Reuters

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/10/29/fed-juros-eua-outubro.ghtml


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