Protestos contra Trump levam clima de festa de rua a cidades dos EUA; republicanos chamam atos de 'antiamericanos'

  • 19/10/2025
(Foto: Reprodução)
Milhares saem às ruas nos EUA e na Europa em protestos ‘No Kings’ contra Donald Trump Grandes multidões de manifestantes fizeram atos em cidades de todo os EUA neste sábado (18) em protestos chamados de "No Kings" ("Sem Reis"). Os participantes criticam o que veem como uma guinada ao autoritarismo na gestão do presidente Donald Trump. Em muitos lugares, os eventos pareciam mais uma festa de rua. O Partido Republicano minimizou as manifestações como "protestos antiamericanos". Os manifestantes lotaram a Times Square, em Nova York, e se reuniram aos milhares em parques de Boston, Atlanta e Chicago. Grandes atos também foram registrados em Washington e no centro de Los Angeles. Houve bandas marciais, enormes faixas com o preâmbulo “We, the people” ("Nós, o povo") da Constituição dos EUA e manifestantes com fantasias. FOTOS: máscaras, fantasias e cartazes marcam protestos contra Trump nos EUA e no mundo Manifestantes usam fantasias infláveis e carregam cartazes durante um protesto 'No Kings' em Washington Alex Brandon/AP Photo Esta foi a terceira mobilização em massa desde a volta de Trump à Casa Branca, e ocorreu em meio a uma paralisação do governo que não só fechou serviços federais, mas também testa o equilíbrio de poderes, enquanto um Executivo agressivo confronta o Congresso e os tribunais de forma que organizadores dos protestos alertam ser um deslize rumo ao autoritarismo. 💰 A paralisação do governo americano, conhecida como shutdown, ocorreu após o Congresso não conseguir aprovar um projeto orçamentário para estender o financiamento federal. Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos foram colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. Em Washington, o veterano da Guerra do Iraque Shawn Howard disse à agência de notícias Associated Press que nunca tinha participado de um protesto, mas se sentiu motivado a comparecer por ver o que considera o “desrespeito à lei” da administração Trump. Segundo ele, detenções migratórias sem devido processo e uso de tropas em cidades americanas são atitudes “antiamericanas” e sinais alarmantes de erosão da democracia. Trump, por sua vez, passou o fim de semana em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida. "Dizem que estão se referindo a mim como um rei. Eu não sou um rei", disse o presidente em entrevista à Fox News exibida na sexta-feira de manhã, antes de viajar para um jantar de arrecadação de US$ 1 milhão por prato em seu clube. Uma conta da campanha de Trump nas redes sociais zombou dos protestos ao publicar um vídeo gerado por computador com o presidente vestido como monarca, usando coroa e acenando de uma sacada. 🔢 Mais de 2.600 atos foram planejados para sábado, segundo os organizadores. A marcha nacional contra Trump e Musk no início do ano teve 1.300 locais registrados, enquanto o primeiro “No Kings Day”, em junho, registrou 2.100. Times Square, em Nova York, durante o protesto 'No Kings' deste sábado (19) Olga Fedorova/AP Photo Protestos em todo o país Em São Francisco, centenas de pessoas formaram com os próprios corpos as palavras “No King!” e outras frases na praia de Ocean Beach. Hayley Wingard, vestida de Estátua da Liberdade, disse que também nunca tinha ido a um protesto antes. Só recentemente passou a ver Trump como um “ditador”. “Eu estava até ok com tudo até descobrir a invasão militar em Los Angeles, Chicago e Portland — Portland me incomodou mais, porque sou de lá e não quero militares nas minhas cidades. Isso é assustador”, disse Wingard. Dezenas de milhares se reuniram no centro de Portland para um ato pacífico. Mais tarde, a tensão aumentou quando algumas centenas de manifestantes foram a um prédio do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), com agentes federais disparando gás lacrimogêneo em certos momentos para dispersar a multidão e a polícia local ameaçando prisões caso ruas fossem bloqueadas. 🔎 O ICE é a agência designada por Trump para deter imigrantes em situação irregular em todo o país, seguindo uma promessa de campanha do republicano. A atuação dos agentes de imigração tem gerado protestos pelos EUA. O prédio tem sido palco de pequenos protestos noturnos desde junho — motivo usado pelo governo Trump para tentar enviar a Guarda Nacional a Portland, medida temporariamente bloqueada por um juiz federal. Manifestantes fazem concentração antes de marcha de protesto em Portland Jenny Kane/AP Organizadores querem construir uma oposição "Grandes atos como este dão confiança a pessoas que estavam à margem, mas prontas para se manifestar", disse o senador democrata Chris Murphy à Associated Press. Embora protestos no início do ano — contra os cortes de Elon Musk e o desfile militar de Trump — tenham reunido multidões, organizadores dizem que este unifica a oposição. Líderes democratas como o chefe da minoria no Senado, Chuck Schumer, e o senador independente Bernie Sanders aderiram ao que os organizadores veem como antídoto às ações de Trump, desde a repressão à liberdade de expressão até operações migratórias em estilo militar. “Estamos aqui porque amamos os Estados Unidos”, disse Sanders ao público em Washington. Ele afirmou que o experimento americano está “em perigo” sob Trump, mas insistiu: “Nós, o povo, vamos governar.” Críticos republicanos condenam Republicanos tentaram retratar os manifestantes como radicais fora da corrente principal e principal motivo para a paralisação do governo. Da Casa Branca ao Capitólio, líderes do Partido Republicano os chamaram de “comunistas” e “marxistas”. Disseram que líderes democratas como Schumer estão reféns da ala mais à esquerda e dispostos a manter o governo fechado para agradar essas forças liberais. “Eu encorajo vocês a assistirem — chamamos de protesto ‘Odeiam a América’ — que acontecerá sábado”, disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, da Louisiana. “Vamos ver quem aparece”, disse Johnson, listando grupos como “tipos antifa”, pessoas que “odeiam o capitalismo” e “marxistas em plena exibição”. A polícia de Nova York não registrou prisões durante os protestos. Democratas tentam se recuperar em meio ao impasse Os democratas se recusam a votar projetos para reabrir o governo enquanto exigem verbas para saúde. Os republicanos dizem estar dispostos a discutir o tema depois, apenas após a reabertura. A situação é uma possível virada em relação a apenas seis meses atrás, quando democratas e aliados estavam divididos e desanimados. Schumer, em particular, foi criticado por permitir que uma lei de verbas anterior passasse no Senado sem usá-la para desafiar Trump. “O que estamos vendo dos democratas é alguma espinha dorsal”, disse Ezra Levin, cofundador do Indivisible, um dos principais grupos organizadores. “A pior coisa que os democratas poderiam fazer agora é se render.”

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/19/protestos-trump-no-kings-clima-festa-de-rua-estados-unidos.ghtml


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