Trump quer levar primeiros 'refugiados' brancos da África do Sul para os EUA na próxima semana, diz jornal
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Trump assinou uma ordem executiva que mandava os EUA acolherem os Afrikaners — fazendeiros sul-africanos de ascendência europeia. Ele declarou, sem citar evidências, que 'a África do Sul estava confiscando terras' do grupo. Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende levar o primeiro grupo de Afrikaners — fazendeiros sul-africanos de ascendência europeia — ao país na próxima semana, de acordo com o jornal The New York Times. O republicano os classifica como refugiados porque são, segundo ele, "vítimas de discriminação racial injusta".
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Ainda segundo o NYT, após a transferência o governo planeja enviar autoridades ao Aeroporto Internacional de Washington Dulles, na Virgínia, para um evento marcando a chegada dos sul-africanos. A reportagem afirma que teve acesso a um memorando do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês).
Em fevereiro, Trump assinou uma ordem executiva determinando que os EUA acolhessem "refugiados Afrikaners".
Na data da assinatura, o presidente declarou, sem citar evidências, que "a África do Sul estava confiscando terras" e que "certas classes de pessoas" foram tratadas "muito mal". O bilionário sul-africano Elon Musk, que é próximo de Trump, afirmou que os sul-africanos brancos foram vítimas de "leis racistas de propriedade".
O Ministério das Relações Exteriores da África do Sul disse, ainda em fevereiro, que a ordem executiva de Trump "carece de precisão factual e falha em reconhecer a história profunda e dolorosa da África do Sul de colonialismo e apartheid".
Segundo a Agence France-Presse (AFP), a questão da propriedade da terra é politicamente carregada na África do Sul, devido ao legado das eras colonial e do Apartheid, quando os negros foram desapropriados de suas terras e tiveram seus direitos de propriedade negados.
De acordo com a última auditoria de terras, realizada em 2017, os proprietários brancos ainda possuem três quartos das terras agrícolas do país. Isso contrasta com 4% de propriedade de negros, que compõem 80% da população, brancos foram 8%.
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